Todo indivíduo que decide trilhar a carreira de pesquisador no Brasil — e em outras partes do mundo — termina se acostumando com os inquéritos referentes à aplicação e utilidade efetiva dos recursos que seu trabalho produz.
Na esfera das ciências humanas, essas dúvidas sobrevêm com regularidade ainda maior devido ao fato de que as apreciações técnicas não oferecem, em geral, resultados instantâneos e propícios a serem quantificados pelas medidas que a sociedade pós-moderna determina através do consumismo hiperbólico que os parâmetros mercantis estabelecem. Não obstante, examinar a reprodução de partículas virais ou de células biológicas a fim de confeccionar um novo medicamento, por exemplo, vem sofrendo com a mesma ojeriza popular que já incide há décadas nas perspectivas literárias que integram os renques da comunicação social do país. A razão disso é encontrada nas propagandas negativas que os setores empresariais realizam com uma ambição tenebrosa. As elites brasileiras jamais nutriram simpatia pelos...